15 e 17/08/2016 - Curso de formação sindical: trabalhando com gênero e etnia nas escolas - Bel Santos Mayer

Trabalhando com gênero, raça/etnia nas escolas de educação infantil

     Trabalhar com o tema "Gênero e etnia nas escolas de educação infantil" tem como premissa o reconhecimento da "diversidade como direito humano". Nascemos diferentes em modelos culturais, econômicos e sociais distintos. A partir destes modelos as diferenças são tratadas como diversidade ou como defeitos, gerando oportunidades ou impedimentos para as pessoas desde o início de suas vidas. 

     A educação de modo geral e a escola em particular têm a oportunidade de provocar a revisão de valores e práticas que impedem qualquer pessoa de "ser mais", de ser inteira, de gostar do que vê no espelho. 

     Na escola temos a oportunidade de questionar as nossas verdades e reconhecer que ela não é a única forma de ver e explicar o mundo. O trabalho com o tema "gênero, raça/etnia" exige mudança de olhar diante das desigualdades naturalizadas e atribuídas às incompetências e carências dos indivíduos (neste caso, mulheres, negros/as, indígenas, imigrantes) e se reconhecer como agente de mudança desta realidade. Assim, passaremos da "questão da mulher" às relações de gênero, da "opção sexual" à orientação sexual, da "questão do negro" às relações raciais e étnicas e do "problema da diversidade à diversidade como valor". 

     Como educadores e educadoras vale nos perguntarmos: qual o lugar do corpo das crianças pequenas em nossos projetos pedagógicos? As diferenças são percebidas ou ignoradas? O corpo é considerado? É visto como elemento essencial à construção das identidades? Com quais "lentes" olhamos as diferenças entre as crianças? Há uma escala de valor para estas diferenças? Algumas diferenças são valorizadas e outras inferiorizadas? O corpo da criança é lugar de tensão ou de respeito? Os corpos de todas as crianças são respeitados?

     Com base nestas perguntas podemos pensar como promover o respeito às diversidades de gênero e de raça/etnia desde o berço.


     SUGESTÕES DE LEITURA 

     CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. 1998. Dissertação (mestrado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

     TELES, Carolina de Paula. A abordagem da temática racial na educação infantil: o que nos revela a prática pedagógica de uma professora, CEERT. Disponível em http://www.ceert.org.br/src/pdf/carolina-de-paula-teles-duarte.pdf - acesso em 10 agosto de 2016.


     * Bel Santos Mayer, educadora social, bacharel em Turismo , formada em Ciências Matemáticas, especialização em Pedagogia Social. Atua em organizações não governamentais. Fundou e coordenou Centros de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedecas) e facilitou processos de criação de bibliotecas comunitárias gerenciadas por adolescentes e jovens. É empreendedora social da Ashoka, coordena o Programa de Direitos Humanos do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac).


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