27 e 29 de setembro de 2016 - Curso de formação sindical - “Trabalhando com gênero e etnia nas escolas” - Paulo Crispim

     A formação para pensar estratégias e práticas para uso em sala de aula sobre gênero e as relações étnico-raciais, defende que o currículo é sempre um resultado de uma seleção, que procura justificar que tipo de conhecimento deve ser ensinado, em um processo de construção de discursos a partir de diferentes sujeitos sociais em permanentes disputas de poder, reconhecimento e valorização de identidades.

     O objetivo neste dia de formação é apresentar recursos, estratégias e diálogos entre os educadores de forma reflexiva e prática sobre o cotidiano escolar e as questões envolvendo as relações étnico-raciais e de gênero na sala de aula. 

     A constituição de 1988 representa nesta formação o marco temporal e político em que novas forças emergem e disputam, no cenário de redemocratização, novos espaços de construção de currículo e de modelos de educação que culminariam tanto na concepção de uma base nacional comum, como na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996, chegando ao Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014 e ao Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos  de 2009, que determina uma série de diretrizes para a próxima década, entre elas a elaboração, consulta pública e redação de uma Base Nacional Comum Curricular, objeto de nosso estudo e debate.

     Os marcos legais mais recentes como as Leis nº 10.639 e nº 11.645 representam um grande avanço na consolidação e na luta pelo reconhecimento de segmentos historicamente segregados pelo processo histórico de construção social e curricular brasileiro. Entender o contexto e os princípios que norteiam as leis nos permitem novas possibilidades de abordagens e reflexões sobre as práticas cotidianas em sala de aula.

     Em suma, identificar as disputas e as narrativas entre educadores e demais envolvidos é uma possibilidade de avaliar a trajetória dos debates curriculares no Brasil, em consonância com os paradigmas e debates atuais que buscam uma nova concepção e construção do aprendizado em toda sua complexidade e nuances que buscaremos tratar ao longo deste encontro.

     Outros embates e diálogos presentes na educação em direitos humanos, passam pelo empoderamento e luta das questões envolvendo gênero e sexualidade que marcam e representam questões sensíveis muito presentes no cotidiano escolar e que deve ser abordado por uma perspectiva humanista, baseada na busca da dignidade da pessoa humana e no diálogo entre os diferentes componentes curriculares.

     Convidamos os educadores a compartilharem, por meio das temáticas aqui destacadas, o desafio de dividirmos momentos de entendimentos, conflitos e o nosso comprometimento por uma educação mais democrática, inclusiva e solidária.


     * Paulo Crispim, historiador pela PUC-SP, mestrando pela Universidade Federal do ABC na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais na questão das relações étnico-raciais na construção da Base Nacional Comum Curricular, professor da rede particular de ensino; fez parte da equipe de especialistas do Instituo Ayrton Senna no projeto Centro Educacional Chico Anysio (Rio de Janeiro), colaborando na implementação do ensino médio modelo, em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro e da Unesco; autor de livros paradidáticos sobre educação em direitos humanos.



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