20/05/2014 - 15 mil profissionais de educação decidem: a greve continua!



15 MIL PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO DECIDEM:
A GREVE CONTINUA!


     Há 27 dias em greve, diante da total intransigência do governo, que não cede em seu posicionamento e não aceita negociar com a categoria, os profissionais de educação da rede municipal de ensino, convocados pelo SINPEEM e pela Aprofem, voltaram às ruas nesta terça-feira para pressionar o governo a atender às suas reivindicações. Mais de 15 mil tomaram a avenida Paulista e seguiram em passeata até a sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, demonstrando união e força para lutar.

     Em assembleia geral, ainda no vão livre do Masp, rejeitaram a proposta apresentada pelo governo, que trata de apenas três itens – elevação dos abonos complementares de pisos em 15,38%, alterações nos critérios do Prêmio de Desempenho Educacional e implementação do Sistema de Gestão Pedagógica – e aprovaram, por unanimidade, a continuidade da greve.

     O prefeito Haddad se recusa a entender que a luta da categoria não se limita ao reajuste de salários, mas também é contra a sua política de falta de valorização profissional, falta de condições para o trabalho, insegurança nas escolas, salas superlotadas, falta de profissionais nos módulos docentes e do Quadro de Apoio, entre outros itens.

PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO NÃO INCLUI A INCORPORAÇÃO

     Diferentemente do que o secretário municipal de educação e o prefeito vêm alardeando à imprensa, afirmando que o abono complementar será incorporado, o Projeto de Lei nº 235/2014, encaminhado pelo Executivo à Câmara Municipal, sem qualquer discussão com os sindicatos, não inclui o direito de incorporação, como ocorreu com os índices de 37,5%, conquistado em 2008; 33,79%, em 2010, e 13,43%, conquistado em 2011. Para estes três percentuais, os profissionais de educação tinham a garantia em lei das datas e dos percentuais a serem incorporados.

     Não fosse o contido nas leis, que asseguraram as incorporações dos índices acima citados, é provável que sequer os 10,19%, em 2013, e os 13,43%, agora em maio, teriam sido aplicados pela Prefeitura.

     Se o prefeito Haddad diz à imprensa e em notas oficiais enviadas às escolas e aos profissionais de educação que os 15,38% serão incorporados, por que se recusa a definir a data da incorporação e incluir no projeto de lei que encaminhou à Câmara Municipal?

     O SINPEEM não tem posição intransigente e, como prova disso, apresentou contraproposta para que este percentual fosse incorporado em três parcelas, a serem aplicadas em maio de 2014, outubro de 2014 e maio de 2015. Proposta rechaçada pela Prefeitura.

     Não é admissível que um governo que afirmou que durante sua gestão não haveria perdas salariais se recuse a aplicar pelo menos a inflação acumulada anualmente, como revisão geral da remuneração dos servidores públicos municipais.

GOVERNO SE RECUSA A RECONHECER O DIREITO DE
GREVE E PRESSIONA PELO RETORNO AO TRABALHO


     Em mais uma demonstração de incoerência entre o discurso e a prática, o governo Haddad, cujo partido surgiu das lutas sociais, da defesa dos trabalhadores e do incentivo à organização sindical, ameaça os profissionais de educação com o apontamento de faltas injustificadas e corte dos salários. Uma clara demonstração de desrespeito ao livre direito de organização sindical e da legitimidade da luta dos trabalhadores por valorização e condições de trabalho.

     Contra a atitude do governo, que não cumpre as propostas que foram apresentadas na campanha salarial de 2013, não atende às reivindicações da categoria e que impõe uma política de abono complementar de piso, que incide somente sobre a remuneração de 16 mil de um total de 94 mil profissionais de educação, divide a categoria, deixa aposentados de fora, os profissionais de educação, decidiram, em assembleia, continuar em luta, aprovando a manutenção da greve e realização de ato e assembleia na próxima sexta-feira.

     Os profissionais de educação exigem:

•    educação pública de qualidade para todos, em todos os níveis;
•    valorização dos educadores;
•    incorporação já;
•    condições dignas de trabalho;
•    segurança nas escolas;
•    saúde para os profissionais;
•    redução do número de alunos por sala/turma/agrupamento;
•    módulos docentes e do Quadro de Apoio completos nas unidades educacionais;
•    recesso igual para todos (CEIs, Cemeis, Emeis, Emefs, Emefms,
     Emebss e Ciejas);
•    mais investimento em educação;
•    direito de intervalo nos CEIs;
•    material compatível com as necessidades e especificidades de cada
      unidade escolar;
•    revogação do Sistema de Gestão Pedagógica;
•    fim das terceirizações;
•    isonomia entre ativos e aposentados;
•    redução da jornada de trabalho do Quadro de Apoio, entre outros itens que
      integram a pauta de reivindicações da categoria, entregue ao governo pelo
      SINPEEM no início da campanha salarial deste ano.

COMANDO DE GREVE SE REÚNE NESTA QUARTA-FEIRA

     Os comandos de greve regionais são instrumentos importantes de organização, envolvimento e participação dos profissionais de educação na luta. Diariamente, realizam manifestações locais e visitas às escolas num trabalho de convencimento de que a luta é de todos e as conquistas também.

     Com 27 dias de greve, as ações regionais precisam, cada vez mais ser planejadas, visando o objetivo comum. Para isto, foi proposto pela Diretoria e aprovado, por unanimidade, realizar reunião de todos os comandos, de forma centralizada, nesta quarta-feira (21/05), às 19 horas, no Centro de Formação do SINPEEM (rua Guaporé, 240, Metrô Armênia).

APROVADA A CRIAÇÃO DO FUNDO DE GREVE

     Os profissionais de educação lutam por suas reivindicações, pelo reconhecimento do direito de greve, com o pagamento dos dias parados, como conquistado em greves anteriores, realizadas durante diferentes gestões.

     O governo endureceu seu discurso e a categoria responde a isso, intensificando a luta, pedindo apoio político e financeiro de outras categorias. Aprovou, na assembleia desta terça-feira, a criação do fundo de greve institucional do SINPEEM, que organizará os procedimentos para a recepção de ajuda de outras entidades, a realização de atividades e captação de recursos, além de denunciar as atitudes do governo, que quer penalizar o movimento dos educadores.


TODOS À LUTA
JUNTOS SOMOS FORTES


ATO E ASSEMBLEIA GERAL - DIA 23 DE MAIO, ÀS 14 HORAS
EM FRENTE À SEDE DA PREFEITURA (Viaduto do Chá, Centro)



A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA

Presidente


  
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