23/05/2014 - Haddad não atende e pune. Categoria resiste e mantém a greve




     Mesmo sob a chuva, milhares de profissionais de educação, em greve há 30 dias, participaram na tarde desta sexta-feira de manifestação e assembleia em frente à Prefeitura, no Viaduto do Chá, para, mais uma vez, cobrar do governo Haddad o atendimento às reivindicações da categoria, com data-base em maio, conforme pauta entregue à Prefeitura no início da campanha salarial deste ano, no mês de março. Sem resposta, a categoria decidiu manter a greve.

     Durante a manifestação, após muita insistência e espera, uma comissão de representantes do SINPEEM e da APROFEM foi recebida por um assessor da Secretaria Municipal de Relações Governamentais, que novamente ratificou o posicionamento do governo, afirmando que a incorporação dos 15,38% – que serão aplicados a título de abono complementar de piso – só terá início na data-base de 2015, sem definir percentual nem data final para o encerramento deste processo, apesar de o projeto de lei enviado a Câmara Municipal pelo Executivo afirmar que não haverá incorporação.

     A proposta do SINPEEM de incorporar este percentual de forma escalonada, em três parcelas, a partir de maio de 2014, com garantia em lei, foi rechaçada.  Vale esclarecer que esta medida da administração municipal só atende a 16 mil profissionais de educação que ganham o piso, de um total de 94 mil, entre ativos e aposentados.

     Além disso, numa total demonstração de descaso com os educadores, sequer responde às demais reivindicações da categoria, que visam, principalmente, garantir educação pública de qualidade para todos, em todas as modalidades de ensino.

     Nas entrevistas e comunicados oficiais, o governo, que endureceu o discurso – inclusive com uma medida draconiana, que se utiliza de uma lei do ex-presidente José Sarney para punir, determinando o corte do ponto dos educadores em greve (veja resposta do SINPEEM) –, vem tentando vitimizar as crianças, descaracterizando a finalidade da escola, que é o compromisso com o processo de ensino/aprendizagem, e a classificando como um ambiente de mera assistência social, ao afirmar que muitos alunos “estão passando fome” por causa da greve.  Uma forma clara de punir e responsabilizar os profissionais de educação por uma greve que só teve início porque o governo Haddad vem tratando a categoria com indiferença e intransigência, se recusando a negociar e adotando medidas que não foram usadas nem por governos conservadores. Será que as 150 mil crianças que estão na fila por vagas nos Centros de Educação Infantil, porque o governo não atende à demanda, também estão passando fome, já que estão fora da escola?  De quem é esta responsabilidade?

     Também tem ignorado que as reivindicações dos profissionais de educação não se limitam à questão salarial. A categoria reivindica valorização dos educadores,  condições dignas de trabalho, segurança nas escolas, saúde para os profissionais de educação, redução do número de alunos por sala/turma/agrupamento, módulos docente e do Quadro de Apoio completos nas unidades educacionais, recesso igual para todos (CEIs, Cemeis, Emeis, Emefs, Emefms, Emebss e Ciejas), direito de intervalo nos CEIs, material compatível com as necessidades e especificidades de cada unidade escolar, revogação do Sistema de Gestão Pedagógica, fim das terceirizações, isonomia entre ativos e aposentados, redução da jornada de trabalho do Quadro de Apoio, entre muitos outros itens que constam da pauta da campanha salarial de 2014.

     Após a informação da mesma resposta do governo, pelo presidente Claudio Fonseca – ou da ausência de uma proposta –, a categoria decidiu, em assembleia, manter a greve e realizar manifestação e assembleia na próxima terça-feira, dia 27 de maio, às 14 horas, no vão livre do Masp – avenida Paulista.


CONTRA A PUNIÇÃO DE HADDAD E CALLEGARI,
A
NOSSA RESPOSTA É A UNIÃO E LUTA DA CATEGORIA


     São milhares os profissionais de educação que têm lutado por valorização profissional e melhoria das condições de trabalho. Nos últimos anos, manifestações, paralisações e greve foram realizadas, resultando em conquistas que são aplicadas a todos os profissionais de educação.

     Não fosse isto, sequer os reajustes de 10,19%, em maio de 2013, e de 13,43%, em maio deste ano, teriam sido aplicados pelo governo Haddad, que vem se demonstrando resistente e contrário aos direitos dos profissionais de educação.

     Neste momento, em que completamos 30 dias de greve, não restam dúvidas de que o governo não tolera a resistência dos profissionais de educação e sua decisão de lutar em defesa de seus direitos e reivindicações.

     Como entender que até uma reivindicação simples, como assegurar o direito de 15 minutos de intervalo para os profissionais dos centros de Educação Infantil é negado pelo governo? Para não falar da recusa de sequer discutir a redução do número de alunos por sala/turma/agrupamento e apresentação de políticas públicas para garantir segurança nas escolas.

     O governo quer humilhar os educadores, derrotá-los e ainda, como se fossem escravos, exigir que trabalhem punidos, sem remuneração, por participarem da greve em defesa dos seus direitos. Contra as punições do governo e o não atendimento às reivindicações, entre elas o amplo direito de greve, a categoria deve se unir e defender todos que lutam por seus direitos.

     A hora é de união e luta e ninguém pode, sob pena de omissão, deixar de participar, a menos que sejam coniventes e apoiadores dos atos do governo.

 
DEFENDA OS DIREITOS DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO!

 TODOS À LUTA!

JUNTOS SOMOS FORTES


ATO E ASSEMBLEIA GERAL - DIA 27 DE MAIO, ÀS 14 HORAS
NO VÃO LIVRE DO MASP – AVENIDA PAULISTA



A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA

Presidente


Voltar Topo Enviar a um amigo Imprimir Home