26 A 28/05 - SINPEEM NA IMPRENSA
MATÉRIAS VEICULADAS NOS DIAS 26, 27 E 28/05/2014
FOLHA DE SÃO PAULO
Haddad diz que há oportunismo em algumas greves feitas em São Paulo
ARTUR RODRIGUESDE SÃO PAULO
28/05/2014 10h44 - Atualizado às 15h40
Na terça-feira (27), membros do Sindsep (Sindicato dos Servidores Públicos de São Paulo) anunciaram que a maior parte dos servidores municipais cruzariam os braços nesta quarta. Haddad afirmou ainda que aguarda para ver o alcance da paralisação, mas que a questão está focada com os trabalhadores da área de zoonoses.
Segundo o sindicato, há paralisação em algumas das unidades de vigilância sanitária da cidade. Procurada, a prefeitura não confirmou.Segundo o prefeito, os trabalhadores dessa área já receberam mais de 70% de reajuste. "Acho que deveriam ter dado um voto de confiança para uma administração que os tratou com tanta dignidade", afirmou. Mesmo assim, há uma reunião marcada para negociar com a categoria.
Questionado sobre a onda de greves no município, Haddad lembrou a greve surpresa de motoristas e cobradores de ônibus na última semana. "Acho que também está havendo uma reação contrária ao que está sendo chamado de, muitas vezes, é um oportunismo que não leva a nada, porque há mesas de negociações permanentes com os trabalhadores. Eu acho que o que aconteceu na semana passada foi repudiado pela sociedade e pela própria justiça.", disse.Sobre o pedido de aumento salarial de 11% para todas as categorias, feito pelo sindicato dos servidores, ele disse que os sindicalistas conhecem as finanças municipais tanto quanto ele.
PROFESSORESEm greve há 35 dias, os professores municipais exigem incorporação imediata do índice de 15,38% anunciado pelo governo. A prefeitura, porém, afirma que só poderia conceder a incorporação a partir de 2015.
Segundo o Sinpeem, maior sindicato da educação municipal, o aumento do piso anunciado por Haddad vai beneficiar apenas 16 mil professores de um total de cerca de 60 mil.
SPTV 1ª EDIÇÃO
Alunos de escolas municipais devem ter aula aos sábados e nas férias de julho
http://globotv.globo.com/rede-globo/sptv-1a-edicao/t/edicoes/v/alunos-de-escolas-municipais-devem-ter-aula-aos-sabados-e-nas-ferias-de-julho/3376649/
TV GAZETA
Professores
de São Paulo mantêm paralisação
http://www.youtube.com/watch?v=IUAPncqk0Es&feature=youtube_gdata
BAND
SP: professores municipais continuam em greve
Terça-feira, 27 de maio de 2014 - 20h34 Atualizado em terça-feira, 27 de maio de 2014 - 20h36Categoria se reuniu em frente à Prefeitura nesta terça-feira; paralisação dura mais de um mês
Os professores da rede municipal de São Paulo decidiram manter a greve. A categoria, que está em greve há mais de um mês, se reuniu em frente à Prefeitura depois de uma passeata pelo centro da cidade, que teve a participação de cerca de sete mil pessoas.
O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal diz que conversou com membros da Prefeitura, mas não houve negociação. Em assembleia feita logo depois do encontro, os professores decidiram manter a paralisação iniciada em 23 de abril.Segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal, os profissionais reivindicam a incorporação de um bônus complementar ao salário, valorização profissional e melhorias nas condições de trabalho. Eles também pedem que os profissionais em greve não sejam punidos com o corte na folha de ponto.
A Secretaria da Educação contabiliza 19 escolas fechadas desde o começo da greve. Já o Sindicato diz que 40% da rede está sem funcionar.TN ONLINE
Professores decidem manter greve em SP; outras áreas também param Publicado
em 27 de Maio de 2014, ás 18h38min
TNOnline FolhaPress
SÃO
PAULO, SP - Os professores municipais de São Paulo decidiram nesta terça-feira
(27) manter a greve que já dura 35 dias. Um grupo de cerca de 2.300 docente,
segundo estimativa da Polícia Militar, fez uma assembleia no viaduto do Chá, na
frente da prefeitura, após passeata que passou pela avenida Paulista e pela rua
da Consolação. Além dos professores, servidores das demais áreas da
administração municipal também participavam do ato e decidiram entrar em greve
a partir de quarta-feira (28). Segundo Vlamir Lima, dirigente do Sindsep
(Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), a prefeitura quer negociar
por categoria, enquanto os servidores pedem um acordo conjunto. O sindicato
representa todos os servidores, com exceção dos professores. A única área que
decidiu não aderir a paralisação são os GCMs (Guarda Civil Metropolitanos). Os grevistas
pedem 11,43% de aumento salarial, reposição da inflação e piso de R$ 820,
aponta Lima. Hoje, o piso é de R$ 755. Já os profissionais de educação estão em
greve desde o dia 23 de abril e exigem incorporação de abonos ao salário. Um
projeto da gestão de Fernando Haddad (PT), porém, se compromete a incorporar o
percentual aos salários a partir de 2015, de forma escalonada e sem definir a
forma como isso ocorrerá. O mesmo projeto também concedeu o bônus de 15,38%, o
que elevou o piso salarial dos professores com jornada semanal de 40 horas/aula
para R$ 3.000 --o valor era de aproximadamente R$ 2.600. Além desse percentual
dado a quem recebe o piso, Haddad também concedeu bônus de 13,43% aos salários
dos demais profissionais. Além das incorporações de bônus, a categoria também
pede que a prefeitura responda às demais reivindicações que incluem melhores
condições de trabalho, fim das terceirizações, não implementação do Sistema de
Gestão Pedagógica, entre outros.
G1
Após mais de um mês de paralisação, professores mantêm greve em SP
Greve na rede municipal de ensino começou em 23 de
abril.
Grupo cobra incorporação ao salário de bônus concedido por Haddad.
Nesta tarde, o grupo fez ato
que começou na Avenida Paulista, desceu a Rua da Consolação e chegou ao Centro
da cidade. O ato reuniu aproximadamente 500 pessoas, de acordo com a Polícia
Militar.
A Secretaria Municipal de
Educação diz que, na segunda-feira, 19 escolas fecharam por causa da greve. Na
sexta-feira, dia de assembleia, 57 unidades não funcionaram.
Segundo o presidente do
sindicato, Cláudio Fonseca, a gestão Haddad mantém postura intransigente.
Segundo ele, esta é a paralisação mais longa da história da entidade, superando
dos 22 dias de greve do ano passado.
Uma nova assembleia foi marcada para a próxima sexta-feira. Os alunos da rede municipal entram em recesso em junho por causa da Copa do Mundo. Fonseca calcula que, em dias de passeata e assembleia, a greve alcance 65% de adesão e 35% nos demais dias.
Piso reajustado
Dezesseis dias após o começo da greve, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad
(PT), anunciou nesta sexta-feira (9) a concessão de um bônus que eleva o piso
dos professores da rede municipal de ensino dos atuais R$ 2,6 mil para R$ 3
mil.
O valor extra de R$ 400 começa a ser pago no próximo mês. O abono será incorporado ao salário a partir de 2015, representando um aumento de 15,38%. Os professores discordam. Eles pedem que o valor seja incorporado aos salários a partir de maio.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/05/apos-mais-de-um-mes-de-paralisacao-professores-mantem-greve-em-sp.htmlSPTV 2ª EDIÇÃO - 27/05/2014
Trabalhadores da educação em campanha salarial voltam a protestar no centro de São Paulo
http://globotv.globo.com/rede-globo/sptv-2a-edicao/t/edicoes/v/trabalhadores-da-educacao-em-campanha-salarial-voltam-a-protestar-no-centro-de-sao-paulo/3375212/
TV GAZETA - 27/05/2014
Professores em greve vão da Paulista à Prefeiturahttp://www.youtube.com/watch?v=yj6zDfGxzCY&feature=youtube_gdata
EBC
– TV BRASIL
Professores municipais de SP decidem manter greve
Bruno Bocchini - Agência Brasil 27.05.2014 - 20h09 | Atualizado
em 27.05.2014 - 20h35
http://www.ebc.com.br/educacao/2014/05/professores-municipais-de-sp-decidem-manter-greve
DIÁRIO DO GRANDE ABC
Publicado em terça-feira, 27 de
maio de 2014 às 16:33
Em greve,
professores fazem ato no centro de São Paulo
Professores da rede municipal de
São Paulo, em greve há mais de um mês, fecharam por volta das 15h30 desta
terça-feira, 27, a Avenida Paulista no sentido Consolação. O sentido Paraíso
também foi fechado por volta das 15h45. Os professores seguem em passeata até a
Prefeitura, no centro da cidade.
Liderados
pelo Sindicato dos Profissionais
em Educação
no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) e Sindicato dos Professores e
Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem) - dois sindicatos da categoria
-, os profissionais pedem melhoria salariais e na carreira. A principal
reivindicação é pela incorporação de um bônus de 15,38% anunciado pela
Prefeitura para quem recebe o piso salarial. A Prefeitura só aceita negociar a
incorporação no ano que vem.
Servidores
Cerca de 600 funcionários da
Prefeitura de São Paulo protestam em frente ao Edifício Matarazzo, na região
central, com bloqueio total do Viaduto do Chá. Engenheiros, agentes da Saúde e
servidores das subprefeituras participam do ato e prometem engrossar a
manifestação dos professores municipais.
Os servidores municipais
ameaçam fazer greve geral a partir desta quarta-feira, 28, se a gestão do
prefeito Fernando Haddad (PT) não sinalizar possibilidade de reajuste salarial.
Eles argumentam estar há cinco anos sem reajuste real de salário. O protesto
começou no Viaduto Jacareí, em frente à Câmara Municipal, e deve seguir até a
frente da Prefeitura. Eles pedem reajustes e reposições salariais de 20%. O
piso salarial dos arquitetos na Prefeitura é de R$ 2.300. O dos engenheiros, de
R$ 3.200. Dentro da Câmara Municipal, grupos que lutam contra o projeto que
autoriza a construção de 150 quilômetros de corredores de ônibus também devem
protestar durante a sessão extraordinária marcada para as votações desta
terça-feira.
http://www.dgabc.com.br/Noticia/531787/em-greve-professores-fazem-ato-no-centro-de-sao-paulo?referencia=minuto-a-minuto-topo
UOL
Sindicato
de servidores municipais decide entrar em greve em SP
27/05/2014 17h13 - Atualizado
em 27/05/2014 17h50
Funcionários da Prefeitura de
São Paulo filiados ao Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e
Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep) decidiram entrar em greve nesta
terça-feira (27).
A paralisação foi definida em
assembleia realizada na frente da Prefeitura de São Paulo na tarde desta
terça-feira (27).
A paralisação pode afetar os
serviços de controle de zoonoses (responsável pelo combate à dengue), saúde,
assistência social, cultura, verde e meio ambiente e serviço funerário.
O sindicato representa 212
mil funcionários e tem cerca de 30 mil filiados. Em caso de adesão, a greve
pode afetar desde atendimento em postos de saúde até nas subprefeituras e
secretarias.
Segundo Vlamir Lima, diretor
do sindicato, a Prefeitura respondeu que não poderia atender as reivindicações
da categoria, que quer reajuste salarial de 11%, reposição das perdas salariais
e do piso salarial de R$ 755 para R$ 820.
Professores e
marronzinhos
Paralelamente à campanha salarial comandada pelo Sindsep, outros servidores
também buscam reajuste representados por outros sindicatos, como é o caso dos
professores e dos fiscais de trânsito.
Os professores ligados ao Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino
Municipal de São Paulo (Sinpeem) entraram em greve em 23 de abril. O grupo pede
a incorporação imediata ao salário do bônus oferecido pelo prefeito Fernando
Haddad (PT).
O Ministério Público vai
apurar se houve abuso no direito de paralisação dos sindicatos. A Promotoria
também quer saber quais medidas a Prefeitura irá tomar para repor as aulas
perdidas.
No caso dos fiscais de trânsito, o Sindicato dos Trabalhadores no Sistema de
Operação, Sinalização, Fiscalização, Manutenção e Planejamento Viária e Urbano
de São Paulo (Sindviários), que representa 4.300 trabalhadores apenas na
capital, está em campanha salarial. A categoria quer reajuste de 12% - contra
aumento de 5,2% que, segundo o sindicato, foi oferecido pela Prefeitura.
TV
UOL
DIÁRIO DO
GRANDE ABC – 27/05/2014
SP:
Professores em greve há mais de 30 dias
http://tvuol.uol.com.br/video/sp-professores-em-greve-ha-mais-de-30-dias-04028D1B3660D4815326/
R7
Professores municipais de São Paulo fazem manifestação na avenida Paulista
Concentração foi marcada para as 14h no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo)s professores da rede
municipal de ensino de São Paulo realizam hoje (27) um ato na avenida Paulista.
A concentração foi marcada para as 14h no vão livre do Masp (Museu de Arte de
São Paulo). O trajeto completo dos manifestantes não foi revelado pelo Sinpeem
(Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo).
Em greve desde o dia 23 de abril, os docentes exigem incorporação imediata do reajuste do piso salarial e que os gastos com os aposentados permaneçam vinculados às verbas municipais destinadas à manutenção e ao desenvolvimento da educação.
Segundo o sindicato, também reivindica-se a valorização dos educadores, condições dignas de trabalho, segurança nas escolas, melhoria no plano de saúde para os profissionais de educação, redução do número de alunos por sala/turma/agrupamento, e a isonomia entre ativos e aposentados. Quanto ao processo de negociação, os professores alegam falta de diálogo direto com o prefeito Fernando Haddad (PT).No último dia 23, durante
outra manifestação, uma comissão de representantes do Sinpeem foi recebida por
um assessor da Secretaria Municipal de Relações Governamentais. Na ocasião, o
governo ratificou sua proposta de reajuste de 15,38% do piso salarial, a ser
implementado em data-base de 2015. Essa proposta consta em um projeto de lei
encaminhado nas à Câmara dos Vereadores pelo prefeito Haddad.
Corte de ponto
Na última semana, Cesar
Callegari, secretário de educação, determinou que os dirigentes regionais
de educação encaminhassem para as escolas do município um comunicado oficial
sobre o direito de greve, apoiado em lei de 1989, sancionada pelo então
presidente José Sarney.
Nos termos da Lei nº
7.783/1989, a deflagração da greve, em princípio, corresponde à suspensão do
contrato de trabalho. Como regra geral, portanto, os salários dos dias de
paralisação não deverão ser pagos, salvo no caso em que a greve tenha sido
provocada justamente por atraso no pagamento aos servidores públicos.
Frente a isso, a ação de Callegari foi entendida como uma ameaça de corte de salário dos professores que aderiram à greve. Em nota, o Sinpeem diz que “a melhor e necessária resposta é a recusa de todos em servirem como instrumento do governo para punir.”
http://noticias.r7.com/sao-paulo/professores-municipais-de-sao-paulo-fazem-manifestacao-na-avenida-paulista-27052014G1
SP - 17h25:
Protesto de servidores públicos fecha Viaduto do Chá
27/05/2014 17h25 - Atualizado
em 27/05/2014 19h33
Ato era
realizado por aproximadamente 7.000 pessoas, segundo a PM.
A manifestação terminou por volta das 18h30, de acordo com a CET.
O protesto realizado por
professores que teve início na Avenida Paulista no início da tarde desta
terça-feira (27), fechava totalmente o Viaduto do Chá e parte da Rua Libero
Badaró às 17h25, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
O grupo desceu a Rua da
Consolação e se juntou a outra manifestação que acontecia em frente à
Prefeitura de São
Paulo, realizada por servidores públicos municipais de diversas áreas. O
tráfego era lento na região.
O ato era realizado por
aproximadamente 7.000 pessoas, de acordo com a Polícia Militar. Em greve há
mais de um mês, a categoria reivindica aumento salarial e melhores condições de
trabalho. A manifestação terminou por volta das 18h30.
(Acesse o Radar G1 e saiba como está o trânsito
em São Paulo agora,
com câmeras nas
principais vias e indicações de onde o fluxo de carros está
lento, intenso ou livre)
BAND
– CAFÉ COM JORNAL E TV UOL
SP:
Professores em greve há mais de 30 dias
http://tvuol.uol.com.br/video/sp-professores-em-greve-ha-mais-de-30-dias-04028D1B3660D4815326/
SPTV 1ª EDIÇÃO
ESTADÃO – BLOG DE PAULO SALDANHA
‘Professores
em greve também educam’, defende professora da rede municipal de SP
Os
professores da rede municipal de São Paulo estão em greve há mais de um mês. E
nesta terça-feira, dia 27, realizam mais uma manifestação, desta vez na Avenida
Paulista. O blog pediu para que a professora Nelice Pompeu, há 13 anos
na rede, escrevesse sobre os motivos da paralisação dos professores e demais
profissionais da educação. Leia o texto abaixo:
Por
Nelice Pompeu*
A luta
por um ensino público de qualidade sempre foi uma bandeira defendida por todos
os partidos, principalmente nas épocas que antecedem as eleições. Nesses períodos,
nós professores somos lembrados e admirados, com discursos de valorização e
reconhecimento, mas que infelizmente não se concretizam, ficam só na promessa.
Por isso,
professores estão se organizando em movimentos, que avançam em todas as regiões
do país, num só coro que clama pela EDUCAÇÃO. Para uns teóricos, que
adoram dar “pitaco” no ensino público, sem ao menos conhecer a nossa realidade,
pode parecer até discurso de vitimização. Mas como professora há 23 anos,
garanto: a educação pede socorro e seus educadores também!
Os
reflexos desse descaso estão bem evidentes. A sociedade inteira acaba sendo
prejudicada. Lembrando que a escola pode ser pública, mas não é gratuita.
E o pior:
pouco tem se feito para mudar esse quadro.
Quando
tentamos sair dessa invisibilidade, indo para as ruas como uma forma de educar
e chamar a atenção, somos criticados numa visão limítrofe, como se estivéssemos
lutando apenas por questões salariais. Nossa luta é muito mais ampla! Não
fazemos greve para prejudicar os alunos nem as famílias. Greve é uma situação
limite. Ela acontece quando todos nossos esforços de diálogos foram esgotados,
sem resultado. É difícil para todos os lados.
Costumamos
até ser bem tolerantes. Nossa criatividade e dedicação faz com que superemos
muitas dificuldades, porém chega um momento em que é importante mostrar a
verdadeira face. Não aquela presente nas propagandas, onde tudo funciona
maravilhosamente bem!
No ano
passado, os Kits de materiais dos alunos da rede municipal de São Paulo foram
entregues apenas em novembro. Quantas vezes eu e colegas, tivemos que comprar
material escolar com nosso próprio salário para dar continuidade ao trabalho e
não prejudicar os alunos.
Neste
ano, o material encaminhado é totalmente inadequado para a Educação Infantil, no
absurdo de enviarem até um caderno universitário pautado para crianças
pequenas. Fora a redução dos itens que compõem o Kit.
Nos
Centros de Educação Infantil (CEIs), criaram “agrupamentos mistos”, com
crianças de diferentes faixas etárias no mesmo grupo para atender a demanda por
vaga em creche na cidade. As professoras também não têm direito a intervalo,
como os demais profissionais.
Diante
das dificuldades, fica inviável um trabalho pedagógico de qualidade, como
nossos alunos merecem. Afinal, a escola não é um depósito de crianças.
Precisamos de condições de trabalho como qualquer outro profissional para
exercermos nossas funções.
No ensino
fundamental, as horas de estudo e preparação de aulas dos professores foram
substituídas pelo Sistema de Gestão Pedagógica (SGP), que funciona como um
diário eletrônico. Este aplicativo apresenta muitos problemas técnicos e
estruturais, perdendo totalmente a sua função.
Em
condições adversas, os professores continuam perdendo a saúde. As longas
jornadas de trabalho e a problemática da violência nas escolas faz com que os
profissionais de educação adoeçam, e até agora nenhum programa da Prefeitura
propôs acompanhar essa questão, buscando minimizá-la. Pelo contrário, são
criados mecanismos para punir o absenteísmo, como o PDE, que ainda é chamado de
“Prêmio por Desenvolvimento Educacional”.
Por isso,
a necessidade de lutar se fez necessária!
Os
acordos das negociações realizadas em 2013 foram descumpridos, fazendo o
governo perder sua credibilidade. A falta de diálogo, somadas as declarações
absurdas por parte da gestão Fernando Haddad (PT), com o intuito de colocar a
população contra aqueles que educam nossos filhos, só alimentam a continuidade
da nossa greve. Os educadores estão indignados com vários pronunciamentos distorcidos,
como quando divulgam o salário inicial da rede.
A revolta
é tanta, que muitos colegas, chegaram ao cúmulo de expor seus holerites nas
redes sociais, para que a população tenha acesso à verdade. Além disso, muitas
das nossas reivindicações não envolvem impacto orçamentário, mas mesmo assim
não há negociação, não há boa vontade do governo em querer negociar.
Porém, o
governo municipal ainda tem a mídia ao seu favor, diferentemente de nós, que
não temos espaço.
Em cada
assembleia, parece que cada vez mais nos distanciamos de um acordo, que resulte
no fim da greve. Os aposentados e pensionistas, que já tanto fizeram pela
educação de São Paulo, também participam de forma efetiva do movimento,
reivindicando a manutenção de direitos, conquistados em anos de luta.
A
situação de greve não nos agrada também. O período é de incertezas e medo.
O governo
atual do PT, partido que surgiu das greves, ao invés de negociar e dialogar com
a categoria, utiliza de mecanismos intimidatórios. Muitos grevistas terão o ponto
cortado, o que significa que ficarão sem salário neste mês.
Do que
adianta, nessas horas de impasse, o discurso que escola de qualidade se faz com
profissionais não apenas bem remunerados, mas principalmente por profissionais
motivados, seguros e com uma estrutura que lhes possibilite transmitir o que
lhes foi confiado, ir na contramãos de certas atitudes?
Nós
profissionais da educação, mais do que ninguém, torcemos para que essa situação
termine logo. Provavelmente as aulas perdidas serão repostas, e nenhum aluno
será prejudicado.
Estamos
empenhados na luta por uma educação pública de qualidade, que forme cidadãos
críticos e responsáveis. Para que isso aconteça, precisamos contar com o apoio
e respeito de todos.
*Nelice
Pompeu tem 41 anos. É professora há 23 anos, já foi da rede estadual e há 13
anos é docente na Prefeitura. Atua na educação infantil e no primeiro ciclo do
ensino fundamental.
http://blogs.estadao.com.br/paulo-saldana/