10/12/2014 - Sistema de gestão pedagógica não funciona e a responsabilidade é do secretário de educação

         Não foi por falta de advertência, de cobranças nem de insistência para que a SME reconhecesse as dificuldades do Sistema de Gestão Pedagógica (SGP). Porém, sempre que tratávamos desta questão tínhamos como resposta que os conceitos sobre o qual se fundamenta o SGP, estão articulados às demais dimensões do programa “Mais Educação”. Ainda afirmavam que este sistema foi desenvolvido para consolidar os registros sínteses dos docentes, facilitando a análise de dados por toda a equipe escolar e pela Secretaria de Educação. Problemas operacionais disseram, seriam resolvidos em curto espaço de tempo e que já estavam em processo licitatório para aquisição de tablet para todos os professores.

         Quando relatamos pressões para o preenchimento de dados e até mesmo com o comprometimento de horas de trabalho que devem ser usadas na regência, avaliação das ações pedagógicas e formação, a resposta sempre foi de que não procediam e que tudo estava sendo cuidado para o registro das faltas, notas e planos de aulas.

         O acesso do sistema pela internet é problema para inúmeras escolas e neste momento de encerramento do ano letivo a situação é ainda mais grave. Mas, ainda assim a Secretaria de Educação faz de conta que nada ocorre.

        A SME diz que o SGP é um sistema tecnológico, em construção pela e para a rede municipal de ensino, com o objetivo de potencializar a gestão pedagógica por meio da escrituração e documentação da prática pedagógica das unidades escolares, prevendo:
  • a gestão das informações da educação;
  • a transparência dos processos pedagógicos e das ações das unidades escolares;
  • o diagnóstico, o planejamento e a avaliação dos educandos e das turmas;
  • o acompanhamento acurado da trajetória dos alunos.
        Objetivo que prevê registro sistemático pelos professores através de computadores conectados à internet ou por tablets disponíveis nas escolas.

        No entanto, não é o que acontece no dia a dia. Como visto e sentido pelos profissionais de educação, faltam computadores e sinal de internet. Sobram pressões, ameaças e até mesmo a possibilidade de convocação durante o recesso tem sido usada, caso o professor não consiga finalizar o lançamento dos dados, mesmo nestas circunstâncias.

        Não interessa aos que ameaçam se o problema é do sistema. Nem mesmo a afirmação de que o SGP é um sistema em construção, conforme anunciado por S.M.E. é levado em conta para que seja reconhecido que há de fato problemas e que nenhum profissional de educação pode ser punido ou sofrer qualquer tipo de pressão.

        São vários os problemas relatados por professores e integrantes das equipes gestoras das unidades escolares. Entre eles:
  • o sistema está extremamente lento, impossível de registrar qualquer dado;
  • não aparecem no sistema os planos de aulas já salvos;
  • quando se pretende continuar o lançamento fica difícil ou impossível em muitas situações, porque não aparece indicação do que foi salvo anteriormente;
  • os lançamentos de faltas não se efetivam, pois, ao tentar salvar, desaparece o sinal;
  • verde do “quadradinho efetivar”.
        Não há e, com certeza, os profissionais de educação não se opõem ou resistem a dar transparência aos processos pedagógicos e ações das unidades escolares, por meio dos registros do projeto político-pedagógico da escola, dos planos de aulas, frequência e dados sobre a vida escolar do aluno; como muitas vezes insinuada pelo Secretário de Educação, nos seus anúncios através da mídia.

        O que os profissionais de educação não aceitam é a forma arbitrária como são impostos programas e sistemas operacionais de registros de dados e compartilhamento de informações que além de desviarem os profissionais de educação de suas reais atribuições, ainda não asseguram nenhuma condição de implantação.

        Na verdade, revelam somente a intenção de controle e ação punitiva pela SME. Mais que isso, são ações e programas de governo com finalidade propagandística que tornam as escolas ambientes tensos e de maior potencial de adoecimento, sem retorno efetivo para a qualidade do ensino e trabalho dos profissionais de educação, como está ocorrendo.

GOVERNO É O CULPADO E OS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO
NÃO ACEITAM SER RESPONSABILIZADOS E PUNIDOS


        O SINPEEM tem posição clara em relação ao SGP e não aceita qualquer punição aos profissionais de educação. Desde quando foi anunciado, nos posicionamos contra a utilização de qualquer tempo fora da jornada e da escola, para preenchimento do SGP. Sabendo das condições para implantação e funcionamento do sistema, indicamos a recusa aos educadores.
Agora, às vésperas do encerramento do ano letivo crescem as pressões e o sistema expõe ainda mais suas fragilidades, causando maior tensão nas unidades escolares Indicamos que nenhum profissional de educação, docente e gestor, atraiam para si o que é de responsabilidade da SME.

        Diante da impossibilidade, por não funcionamento do Sistema, juntem-se todos façam relatos escritos, assinem coletivamente e protocolem junto à direção escolar para encaminhamento à supervisão.

        Não admitam pressão e nem punição de qualquer natureza, comunicando ao SINPEEM se acontecerem para as providências legais que cabem.

A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECA

Presidente
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