8 de março – Dia Internacional da Mulher
MULHERES NA PAULISTA POR DEMOCRACIA E IGUALDADE DE DIREITOS
Nesta terça-feira, diversas entidades, movimentos sociais e sindical, entre eles CUT, Intersindical e Conlutas, realizarão ato unificado em São Paulo. Com o tema “Mulheres nas ruas por democracia e igualdade de direitos”, a pauta única inclui a luta pelo fim da violência, combate ao ajuste fiscal e à reforma de Previdência.
A concentração será às 16 horas, no vão livre do Masp, na avenida Paulista. Às 18h terá início uma caminhada até a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, na Praça da República.
MULHER: FORÇA QUE GERA E TRANSFORMA O MUNDO
Não faltam exemplos na história de mulheres que viveram além do seu tempo e contribuíram para mudar os rumos da humanidade, em função de sua força e determinação, se fazendo presentes, apesar do preconceito, da desigualdade social, das distorções socioeconômicas, dos estereótipos de submissão, incapacidade e fragilidade. Exemplos que se tornaram espelhos para que as mulheres continuem lutando para romper barreiras, reivindicando melhores condições de trabalho e de vida.
Vários protestos e greves já ocorriam na Europa e nos Estados Unidos desde a segunda metade do século XIX. A maioria dos movimentos reivindicava melhorias nas condições de trabalho nas fábricas e, por conseguinte, a concessão de direitos trabalhistas e eleitorais para as mulheres.
No começo do século XX, os movimentos sociais promoviam datas internacionais de debate sobre os direitos das mulheres. O mais marcante foi o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em 1910, na cidade de Copenhague, capital da Dinamarca. Durante o evento, a então membro do Partido Comunista Alemão, Clara Zetkin, propôs a criação do Dia Internacional da Mulher sem, no entanto, estipular uma data específica.
Um ano após a conferência, em 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica têxtil Triangle Shirtwaist Company, em Nova York (EUA), vitimou 146 pessoas, sendo 125 mulheres e 21 homens, a maioria imigrantes judias e italianas. As causas do incêndio teriam sido as péssimas instalações elétricas da fábrica, a grande quantidade de tecido presente no recinto, bem como o agravante de alguns proprietários de fábrica da época, incluindo o da Triangle, usarem como forma de contenção de motins e greves o artifício de trancar os funcionários na hora do expediente. Este incêndio passou a ser sugerido, então, como dia simbólico das mulheres.
Em 8 de março 1917, trabalhadoras russas do setor de tecelagem entraram em greve e pediram apoio aos metalúrgicos.
Em 1951, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu princípios gerais, visando à igualdade de remuneração entre homens e mulheres quando no exercício de mesma função.
Na década de 1960, o dia 8 de março foi sendo constantemente escolhido como o dia comemorativo da mulher.
Por determinação da Organização das Nações Unidas (ONU) 1975 foi designado como o Ano Internacional da Mulher. E, em 1977, a ONU oficializou o 8 de março como Dia Internacional da Mulher, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
LUTA POR DIREITOS NO BRASIL
No Brasil, um dos principais marcos foi a conquista das mulheres, em 24 de fevereiro de 1932, de direito ao voto e de serem eleitas para cargos públicos nos poderes Executivo e Legislativo, exercendo a cidadania em sua plenitude, além de conquistarem os mesmos direitos trabalhistas que os homens, fortalecendo sua luta.
Em 22 de setembro de 2006, conquistaram uma nova e importante vitória, com a promulgação da Lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, que alterou o Código Penal Brasileiro, inibindo a violência doméstica contra a mulher.
Atualmente, segundo o IBGE, as mulheres são maioria da população, passaram a viver mais, têm tido menos filhos e são responsáveis pelo sustento de cerca de 40% das famílias brasileiras. Ao longo dos anos, vêm ocupando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, inclusive em funções até então permitidas apenas aos homens.
Por todos estes fatores, o Dia Internacional da Mulher visa lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas ao longo dos tempos, por meio da realização de atos, conferências em vários países do mundo para debater o importante papel da mulher na sociedade. Visa, ainda, reivindicar, cada vez mais, condições dignas e igualitárias de trabalho, saúde, habitação, educação e qualidade de vida.