07 e 14/05/2016 - Curso presencial - Desenvolvimento na carreira do Quadro de Apoio - Luiza Garzillo e Elizete Aparecida Leite de Campos

O ambiente escolar e as relações interpessoais

     O homem é o único animal que não sobrevive sozinho. É um ser social.

     Ao nascer precisa, além do alimento para sua sobrevivência, também do aconchego da maternagem. Através do contato da pele da mãe/cuidador com a pele do bebê vai-se construindo a estrutura psíquica da criança. Os outros animais educam para a sobrevivência apenas, o homem procura educar para o desenvolvimento integral da criança.

     Enrique Pichon-Rivière afirma que a família adquire uma significação dinâmica para a humanidade porque, mediante o seu funcionamento, fornece um marco adequado para a definição e conservação das diferenças humanas dando forma objetiva aos papéis distintos, porém mutuamente vinculados do pai, da mãe e do filho, que constituem os papéis básicos em todas as culturas. É na família que a criança vai aprender e introjetar os valores, regras e normas que regem o convívio em sociedade.

     A escola aparece como um segundo grupo de importância, pois vai ampliar a educação iniciada na família, proporcionando um ambiente em que ela possa reafirmar os valores recebidos e aprendendo a conviver com as diferenças, a respeitar autoridades, desenvolver habilidades de cooperação, entre outras atitudes construtivas.

     Se pensarmos a escola como um grupo de pessoas que tem como finalidade a continuidade da educação da criança, devemos destacar a importância de que cada papel no ambiente escolar seja bem desempenhado. Esse desempenho precisa levar em conta todas as relações interpessoais ali existentes. Isso exige que os envolvidos tenham conhecimento de seus recursos psíquicos para lidar com as diferenças, tolerar frustrações e se comunicar eficientemente, cooperar e ser empático.

     Os subgrupos existentes na estrutura escolar, setor administrativo, setor pedagógico e setor de apoio, que devem, então, buscar a realização das tarefas propostas e juntos concretizar o objetivo da unidade escolar e se articular em torno de um fazer conjunto, como afirmou Pichon-Riviére. Para isso, é imprescindível uma comunicação clara e objetiva entre todos os setores, além de um sentido de que todos pertencem à mesma instituição educacional e que, portanto, todas as ações devem ter a mesma finalidade, que é cumprir o plano pedagógico elaborado pela unidade escolar. 

     Entendemos que cada profissional que saiba da importância do seu papel numa estrutura, que tem como finalidade última uma educação de excelência, pode contribuir mais e melhor e se tornar uma pessoa mais feliz.


     Referências bibliográficas

    Anzieu, Didier. O Eu-pele, São Paulo, Casa do Psicólogo, 1989.

     Gayotto M. L. e Domingues I. Liderança - Aprenda a mudar em grupo Petrópolis, Editora Vozes, 1995.

     Rivière, E.P. O processo grupal, São Paulo, Editora Martins Fontes, 1991.


     * Luiza Garzillo - pedagoga com especialização em orientação educacional pela Universidade de São Paulo (USP), psicopedagoga com prática em orientação vocacional pela Faculdade São Marcos; coordenadora de grupos operativos, formada pelo Instituto Pichon-Rivière; formada pela Fundação Pathwork - São Paulo como facilitadora e helper; atuou em escola de educação infantil na Prefeitura de São Paulo. 

     ** Elizete Aparedida Leite de Campos - psicóloga especialista em coordenação de grupos operativos, com formação pelo Instituto Pichon-Rivière de São Paulo, com 20 anos de experiência em formação de coordenadores de grupos. Tem experiência com consultoria e gestão de pessoas.
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