10/04/2007 – 10 anos sem o mestre Paulo Freire

No dia 02 de maio de 1997, perdíamos o grande, renomado, rebelde, revolucionário, amoroso, conectivo e acima de tudo isso, o simples e humano educador: Paulo Reglus Neves Freire.

 

Este homem foi, é e continua sendo uma referência mundial quando falamos em educação, principalmente e em particular, de uma educação popular, democrática e libertadora. Foi um homem do povo e com o povo aprendeu e ensinou a vida; mas vida em seu sentido verdadeiro: pleno e digno, lutando com o povo contra as injustiças e barbáries deste nosso mundo, denunciando-as, mas ao mesmo tempo anunciando novos tempos, sonhos e conquistas.

 

Creio que ainda temos muito que aprender sobre Paulo Freire, pois sua vida e obra são uma lição de vida a todos àqueles e àquelas comprometidos com a transformação radical deste nosso mundo, tão desumanizante de hoje, portanto, e acima de tudo aqui no Brasil não podemos nos esquecer de nossos “verdadeiros heróis”, e Paulo Freire com certeza absoluta é um deles; um grande homem, íntegro e respeitado em todos os lugares por onde passou, e olha que não foram poucos!

 

Na cidade de São Paulo como Secretário Municipal de Educação entre 1989-1991 na gestão da Prefeita Luiza Erundina, foi um divisor de águas, um marco histórico, no qual todos nós educadores e educadoras temos que agradecer incondicionalmente, por sua dedicação, empenho e defesa da dignidade dos docentes e de sua formação permanente e em favor da escola pública e da melhoria de seus padrões de ensino, com vistas a uma sociedade justa, solidária, digna, feliz - substantivamente democrática.

 

Se hoje temos direitos e conquistas trabalhistas e de carreira significativas - tão ameaçadas ultimamente - devemos isto com toda certeza a Paulo Freire. Mais do que nunca, necessitamos reconhecê-lo e reverenciá-lo, tendo sua política educacional como uma espécie de bandeira, uma âncora com a qual possamos nos fundamentar e não nos perdermos no mar de incertezas e perigos de uma educação elitista, bancária e condicionante dos seres humanos.

 

Enfim, creio que 10 anos após sua partida, ainda o sentimos entre nós como um educador e amigo vivo e presente em nossas vidas como sempre esteve. Ou, quiçá, mais presente agora que nunca!

 

E é em razão disso tudo que Paulo Freire representa que não podemos, de modo algum, deixar passar em branco esta data e cairmos no eterno esquecimento, mas sim, fazermos com que esta data seja sempre lembrada, obviamente com saudade e tristeza, mas também e ao mesmo tempo com uma certeza: que o seu legado, sua vida e obra são um exemplo para todos nós e que nos servem como “combustível” que nos empurra e fortalece na continuidade da luta e busca da libertação do jugo de opressão, da exploração e da exclusão.

 

Encerro com algumas palavras do querido mestre: “Não há utopia verdadeira fora da tensão entre a denúncia de um presente tornando-se cada vez mais intolerável e o anúncio de um futuro a ser criado, construído, política, estética e eticamente, por nós, mulheres e homens”.

 

Professor Hélio D. S. Brasileiro

Cieja São Mateus - abril/2007

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