17/09/2020 - Prefeito descarta o retorno das aulas presenciais em outubro
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 17/09, conforme informado pelo SINPEEM na última semana, após reunião com o secretário de Educação, o prefeito Bruno Covas descartou o retorno das aulas presenciais na cidade de São Paulo em outubro. A decisão ficou para novembro, quando poderá ser novamente prorrogada.
ATIVIDADES EXTRACURRICULARES SERÃO LIBERADAS EM OUTUBRO
Sem explicar exatamente o que são e como viabilizar, o prefeito anunciou que a partir de 07 de outubro as unidades de ensino fundamental e médio poderão optar pela realização de atividades extracurriculares presenciais.
O SINPEEM tem discutido, pressionado e conseguido evitar o retorno. Este adiamento deixa mais próxima a definitiva não retomada este ano, defendida pelo SINPEEM.
Defendemos também que não haja atividades extracurriculares presenciais em nenhuma unidade.
INQUÉRITO SOROLÓGICO
A decisão de adiar, mais uma vez a retomada das atividades presenciais tem como base os resultados da terceira fase do inquérito sorológico realizado com os alunos das redes municipal, estadual e particular de ensino.
A pesquisa concluiu que 18,4%, ou 244.242 mil alunos testados já tiveram Covid-19. Desse total, 66% são assintomáticos, mas muitas vezes possuem a mesma carga viral de um adulto e podem agravar a disseminação da doença, principalmente porque, segundo o inquérito, 26,7% moram com adultos com mais de 60 anos - que fazem parte do grupo de risco -, possibilitando a ampliação do número de casos, internações e óbitos.
Diante destes números, o prefeito Covas afirmou que o retorno das aulas presenciais neste momento pode representar um grande vetor de contaminação e disseminação da Covid-19 na cidade.
Covas acrescentou que serão realizados outros inquéritos sorológicos, até o dia 03 de novembro, inclusive com a participação das famílias e de alunos das redes municipal, estadual e particular de ensino, para que a Prefeitura tenha mais subsídios na tomada de decisão, evitando um segundo pico da doença. “Estamos seguindo todas as orientações da área da saúde, para garantir tranquilidade e segurança neste processo”, afirmou.
ENSINO EM HORÁRIO INTEGRAL
Durante a coletiva, o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, reafirmou que no retorno das atividades presenciais, quando ocorrer, os alunos serão submetidos a uma prova para que a SME possa avaliar o grau de aprendizagem durante o ensino remoto e focar nas defasagens de ensino de cada um, com aulas de reforço no contraturno.
O secretário acrescentou que em 2021 a SME estenderá o ensino integral a todos os alunos da rede municipal de ensino. “Onde houver espaço físico, faremos na escola e onde não houver, será feito via internet. Para isso, vamos distribuir 500 mil tablets aos alunos dos ensinos fundamental e médio”, concluiu.
O SINPEEM lembra que os profissionais de educação continuam trabalhando de forma efetiva, mesmo que remotamente, em função da pandemia, mas que o ensino remoto não pode se sobrepor ao ensino presencial. Portanto, o ano letivo de 2021 não pode ser comprometido. No retorno das atividades presenciais a organização do ensino deverá ser discutida com os profissionais de educação e com as entidades representativas da categoria, garantindo autonomia das escolas, tendo como foco a continuidade dos projetos político-pedagógicos, que respeitam as especificidades de cada unidade.
ATENDIMENTO SOCIOEMOCIONAL
Covas também anunciou que serão reabertos de 110 Centros de Acolhimento de Crianças e Adolescentes (CCAs), a partir de 07 de outubro, para o trabalho de acolhimento socioemocional de crianças de seis a 14 anos de idade de situação considerada de alta vulnerabilidade. Serão abertas 14 mil vagas.
SE RETOMAR TODOS VÃO PARAR
Desde maio, quando o governo do Estado fez os primeiros anúncios de retorno em julho ou agosto, o SINPEEM deixou claro que convocaria greve total da rede, com a participação das famílias. Este posicionamento está decidido e será efetivado caso haja retorno este ano. Para o retorno em 2021 exigimos a implementação de protocolos e ações que garantam segurança sanitária para os alunos, as famílias e os profissionais de educação, ajustadas a um programa de acolhimento e diretrizes pedagógicas.
SINPEEM em defesa da educação, da saúde e da vida.
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