CONGRESSO APROVA O PLANO DE LUTAS 2025/2026










Durante o 34º Congresso do SINPEEM – Escola pública: enfrentamentos, resgate e reinvenções, ocorrido entre os dias 07 e 10 de outubro, no Centro de convenções do Distrito Anhembi, com a participação de cerca de quatro mil docentes, gestores e pessoal do Quadro de Apoio, e com a realização de 37 palestras, duas plenárias sindicais e atividades culturais, os delegados aprovaram o nosso Plano de Ação/Lutas para este final de ano e para 2026.
Integram este documento reivindicações e encaminhamentos referentes às conjunturas internacional, nacional e municipal; valorização salarial (aumento real, não à política de subsídios e manutenção de direitos), direitos funcionais e benefícios das carreiras dos Quadros do Magistério e de Apoio à Educação, atendimento médico-hospitalar, campanhas e calendário de lutas.
Para a sua execução, a tática a ser implementada é imprescindível para o alcance dos objetivos decididos pela categoria.
Afinal, o sindicato é a soma de todos os associados, para defender os nossos direitos e obter conquistas.
PLANO DE LUTAS


As reformas da Previdência, trabalhista, tributária e administrativa, no âmbito federal, bem como o programa impositivo São Paulo Integral (SPI), a terceirização, o confisco previdenciário, a política salarial apoiada em abonos complementares de pisos e a instituição de remuneração por subsídios ocupam lugar de destaque em nosso Plano de Ação/Lutas 2025 e 2026.
Desta forma, partimos das reivindicações centrais e emergenciais aprovadas no 33º Congresso do SINPEEM e que devem pautar as ações do nosso Plano de Ação/Lutas para 2025 e 2026.
REIVINDICAÇÕES, CAMPANHAS E LUTAS 2024 E 2025


Em 2024, o congresso do SINPEEM foi realizado logo após o segundo turno das eleições municipais. A reeleição do prefeito Ricardo Nunes alterou ainda mais a correlação de forças políticas no país, contra a democracia e os direitos dos trabalhadores dos setores público e privado.
O Congresso Nacional tem uma composição majoritariamente golpista. No entanto, o povo parece ter acordado ao tomar as ruas no dia 21 de setembro, protestando contra a PEC da blindagem e a proposta de anistia aos golpistas do 08 de janeiro. Esta lufada de vento progressista precisa continuar, em defesa da democracia que temos e para trabalharmos pela democracia popular que sonhamos.
São muitos os desafios para os profissionais de educação e demais servidores(as) públicos das três esferas – União, Estados e Municípios. As reformas previdenciária, fiscal, tributária e administrativa são meios para minguarem ainda mais os direitos dos trabalhadores.
Para agravar a situação ainda temos o pretenso xerife do mundo (Trump), agindo contra a economia e a soberania brasileira. Nossas ações como servidores(as) públicos não podem ser analisadas e organizadas sem levar em conta o que acontece aqui e no mundo. Por isto, antes de aprovar o nosso Plano de Ação/Lutas, fazemos a análise que segue.
1 - CONJUNTURA INTERNACIONAL
O SINPEEM deve:
a) realizar cursos, palestras e seminários sobre política internacional e a ascensão da extrema direita no mundo;
b) promover, realizar e participar de ações unitárias em defesa da democracia, contra o neoliberalismo e contra as ingerências externas que solapam a soberania nacional;
c) realizar ações e lutas em defesa da educação pública gratuita, laica e de qualidade social, universalização do acesso à escola e aos serviços públicos estatais;
d) participar da construção e realização de ações com os movimentos sociais contra o genocídio do povo palestino, cobrando o rompimento de relações do Brasil com o estado sionista de Israel.
2 - CONJUNTURAS ESTADUAL E MUNICIPAL
ENCAMINHAMENTOS
Considerando a análise da conjuntura política geral e os desafios políticos e administrativos, o nosso congresso deve aprovar os seguintes itens para compor a pauta de reivindicações, tendo em vista o Plano de Ação/Lutas, a serem realizadas ainda no final deste ano e em 2026:
a) educação pública, estatal, gratuita, laica e com acesso universal, da educação infantil à universidade;
b) equidade nas condições de acesso e permanência ao ensino público;
c) verba pública exclusivamente para as escolas públicas e estatais;
d) imediata devolução para a rede direta dos prédios cedidos ao atendimento indireto;
e) fim dos contratos de terceirização de serviços e parcerias para o atendimento à demanda na educação infantil e no ensino fundamental;
f) ampliação da rede física para atendimento direto da demanda;g) diminuição da quantidade de bebês/crianças/estudantes por sala/turma/agrupamento, conforme a seguinte tabela:
h) educação integral, em tempo integral, não impositiva, com respeito à decisão dos Conselhos de Escola e com a garantia de todas as condições necessárias, sem ampliação da duração da hora/aula e jornadas diárias de trabalho dos docentes, gestores e do Quadro de Apoio;
i) educação especial, na perspectiva inclusiva, em equipamentos que obedeçam ao conceito de desenho universal, que possibilitem o atendimento educacional especializado e respeitem as diferenças humanas;
j) recursos humanos, tecnológicos e materiais para o atendimento adequado aos alunos com deficiência, neurodivergentes ou com altas habilidades;
k) criação dos cargos de auxiliar de vida escolar (AVE) e de professor de apoio educacional especializado (Paee) para comporem a carreira do magistério, com ingresso por meio de concursos e lotação em todas as unidades escolares da rede municipal de ensino (CEIs, Emeis, Cemeis, Emefs, Emebss e Emefms);
l) realização de concursos para cargos docentes, gestores e para o Quadro de Apoio sempre que 5% das vagas se tornarem disponíveis e convocação de aprovados;
m) ampliação da quantidade de cargos que compõem as carreiras do magistério e do apoio à educação e ampliação dos módulos de pessoal – docentes, gestores e Quadro de Apoio;
n) módulo de estagiários para todas as salas/turmas/agrupamentos auxiliando os profissionais docentes nas intervenções pedagógicas que atendam às necessidades de cada estudante;
o) fim da imposição das salas multietárias;
p) escolas saudáveis e seguras, com cultura de paz e não militarizadas;
q) EJA em todas as Emefs e Emefms da rede municipal de ensino;
r) educação que combata o racismo, a LGBTQIAPN+fobia, o machismo, o sexismo, o capacitismo, o etarismo e toda forma de intolerância e violência;
s) revogação integral das reformas previdenciária, trabalhista e do ensino médio, da BNCC e da lei antigreve;
t) fim do confisco previdenciário de 14%, imposto aos aposentados e pensionistas;
u) redução da alíquota de desconto previdenciário de 14% para 11% para ativos e aposentados;
v) participação majoritária dos servidores(as) municipais nas gestões financeira e administrativa do RPPS/Iprem;
w) descongelamento, com efeito retroativo, do tempo relativo ao período de 28/05/2020 a 31/12/2021, para fins de aquisição de quinquênios e sexta parte, imposto pela Lei Complementar nº 173/2020;
x) incorporação, na aposentadoria, por exercício de jornadas especiais e cargos de livre provimento por designação;
y) contra o fechamento de salas e agrupamentos na educação infantil, atendimento prioritário na rede direta, com plano de construção de equipamentos para expansão de atendimento e retomada imediata dos equipamentos entregues a rede conveniada;
z) política de atendimento dos bebês pequeniníssimos que garanta segurança e todos os seus direitos;
aa) contra a imposição do Programa São Paulo Integral nas escolas, sem condições de atendimento e desrespeito aos Conselhos de Escola;
bb) enfrentamento as avaliações externas em larga escala, que tem representado elemento de esvaziamento do currículo, rebaixamento do processo de aprendizagem e mecanismo de exposição e punição de trabalhadores(as);
cc) contra as escolas cívico-militares. Escola não é quartel.
3 - VALORIZAÇÃO SALARIAL: AUMENTO REAL, NÃO
À POLÍTICA DE SUBSÍDIOS E MANUTENÇÃO DE DIREITOS
À POLÍTICA DE SUBSÍDIOS E MANUTENÇÃO DE DIREITOS
Realizar a campanha salarial 2025/2026, tendo como centralidade:
1. antecipação do reajuste a ser aplicado em maio de 2026 para novembro de 2025, com efeito retroativo a maio de 2025, e início da incorporação dos abonos complementares dos pisos dos docentes, gestores e do Quadro de Apoio, com a aplicação de 8,5% a partir de dezembro de 2025, totalizando, em novembro de 2025, reajuste de 11,27% sobre os atuais padrões de vencimentos de todos os profissionais de educação, ativos e aposentados;
2. 6,5% de reajuste em fevereiro de 2026, a título de incorporação dos abonos complementares de pisos;
3. 10% de reajuste em maio de 2026, a título de incorporação dos abonos complementares de pisos;
4. 8,5% de reajuste em outubro de 2026, a título de incorporação dos abonos complementares de pisos;
5. 11% de reajuste em março de 2027, a título de incorporação dos abonos complementares;
6. aumento real dos pisos remuneratórios, em cumprimento do artigo 100 da Lei nº 14.660/2007, na data-base de 2026.
4 - DIREITOS FUNCIONAIS DE CARREIRA E BENEFÍCIOS
Defendemos:
a) manutenção do regime de remuneração por vencimentos, composto pelo valor padrão, quinquênios e sexta parte;
b) não ao regime de remuneração por subsídio com a manutenção do desenvolvimento nas carreiras por progressão, promoção, evolução, acesso e os benefícios de quinquênios e sexta parte;
c) Jeif como jornada do cargo docente, com opção anual pela JBD no momento da escolha/atribuição;
d) reorganização das carreiras que integram o Quadro de Apoio e redução das jornadas dos ATEs e dos agentes escolares para 30 horas semanais, sem redução de salários, e evolução funcional nos mesmos moldes que a evolução dos professores(as);
e) criação do cargo de secretário, por meio de concurso de acesso, e lotação em todas as unidades da rede municipal de ensino;
f) direito à participação de todos os profissionais, mesmo em estágio probatório, nos concursos de remoção;
g) revogação das alterações propostas pela Lei nº 17.722/2021, sobre a aquisição de férias para o funcionalismo municipal (regulamentadas pelo Decreto nº 62.555/2023) e sobre a redução das abonadas;
h) valor máximo da GDA e da GLT para todos os integrantes do QPE;
i) não desconto do vale-alimentação aos solicitantes de redução de jornada, prevista no Decreto nº 62.835/2023;
j) pagamento do PDE, com valor integral, para todos os profissionais de educação e agentes de apoio em exercício nas unidades da rede – ativos e aposentados;
k) cumprimento do direito da jornada de formação dos gestores em local de livre escolha, sem convocações nestes horários.
5 - ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
Defendemos:
a) regulamentação e implementação de programa voltado à saúde física e mental dos profissionais de educação e estudantes;
b) expansão do atendimento no HSPM, com unidades descentralizadas em todas as regiões da cidade, inclusive com pronto atendimento, para melhor atender aos usuários;
c) publicações de licenças médicas com o prazo máximo de cinco dias após a realização das perícias;
d) proteção à vida dos profissionais, com imediato afastamento quando ameaçados no exercício de suas funções;
e) efetivação de rede de proteção em todos os territórios onde as escolas municipais estão localizadas;
f) extensão do direito de uso do HSPM para pai e mãe de servidor, sem a necessidade de comprovação de invalidez;
g) rede de proteção social, financiada com recursos vinculados à saúde, para atender às demandas da comunidade escolar com assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, psiquiatras e oftalmologistas;
h) programas de prevenção às doenças profissionais e assistência à saúde dos profissionais da educação e estudantes da rede municipal;
i) direito à licença-nojo estendido para avós e tias;
j) direito ao comprovante/atestado de horas por comparecimento/participação em reuniões de pais.
6 - CAMPANHAS 2025 E 2026
O SINPEEM deve organizar e realizar as seguintes campanhas, a partir do mês de outubro de 2025:
a) por valorização dos profissionais de educação, tendo como eixos: incorporação dos abonos complementares de pisos aos padrões de vencimentos dos ativos e aposentados, reajuste superior à inflação e aumento real, defesa da saúde e proteção contra violência física e moral aos profissionais de educação;
b) em defesa da escola pública estatal, gratuita, laica e de qualidade social;
c) atendimento à demanda da educação infantil na rede direta;
d) em defesa das carreiras dos profissionais de educação, valorização profissional e contra a política de remuneração por subsídio;
e) por condições plenas de trabalho, com ampliação dos módulos dos profissionais de educação em cada escola;
f) contra a desvinculação orçamentária das receitas destinadas à manutenção e desenvolvimento do ensino;
g) contra a terceirização dos serviços públicos e do atendimento à demanda da educação infantil e ao ensino fundamental;
h) em defesa dos concursos públicos, para ingresso e acesso, nas carreiras que compõem o Quadro dos Profissionais de Educação;
i) em defesa da Previdência pública estatal e pelo fim do confisco previdenciário;
j) por redução da quantidade de bebês, crianças, jovens e adultos por sala/turma/agrupamento;
k) contra o racismo, discriminações e todas as formas de assédios moral, sexual e de qualquer outra natureza;
l) contra as reformas da previdenciária e administrativa;
m) em defesa da EJA em todas as unidades da rede e contra o fechamento de salas, cadastro permanente, autonomia para a matrícula e realização da matrícula ao longo do ano;
n) em defesa de isonomia e paridade para os aposentados;
o) pela redução da jornada de trabalho do Quadro de Apoio para 30 horas semanais, sem redução de salários;
p) pela revogação da Lei n° 18.221/2020 que ataca nossa carreira, os direitos dos readaptados e profissionais adoecidos, além de abrir brecha para o processo de privatização;
q) contra o afastamento arbitrário e ilegal de diretores(as) das 24 Emefs. Fortalecer ações em conjunto com as comunidades escolares, população e demais sindicatos e movimentos. Por seu retorno às escolas com autonomia para sua atuação;
7 - ENCAMINHAMENTOS E CALENDÁRIO
O SINPEEM deve:
1. participar da marcha nacional do servidor público contra a reforma administrativa em 29 de outubro de 2025, convocada pela CNTE;
2. realizar mobilização em defesa da educação pública e estatal junto com a CNTE;
3. lançar a campanha por valorização dos profissionais de educação em manifestação pública, a ser realizada antes do encerramento deste ano letivo;
4. organizar a campanha de 2026 por valorização dos profissionais de educação, com calendário de manifestações com paralisação e assembleia geral, conforme o seguinte calendário:a) protocolar a pauta de reivindicações, com pedido de instalação do processo negocial no início de 2026;
b) 08/03 - manifestação “Mulher é maioria na educação; direitos e valorização”;
c) manifestação e assembleia no primeiro trimestre de 2026;
d) maio – convocar paralisação, manifestação e assembleia para deliberação sobre greve;
e) convocar paralisação e assembleia, com indicação de greve, a qualquer momento, caso o governo paute projetos propondo a transformação da remuneração dos profissionais da educação municipal em subsídio;
f) realizar manifestação pela revogação do confisco até o final da primeira quinzena de abril;
g) participar da organização, convocação e realização de ato unificado da luta das mulheres, no dia 08 de março;
h) propor e organizar, em conjunto com a CUT e a CNTE, no primeiro trimestre de 2026, o dia nacional de luta, com caravana a Brasília, contra o confisco, as reformas previdenciária e administrativa, em defesa dos empregos, salários e direitos e pelo fim da escala 6X1;
i) construir, juntamente com a CUT e a CNTE, a greve nacional da educação contra a retirada de direitos e a desvinculação de receitas destinadas à manutenção e desenvolvimento do ensino;
j) realizar o seminário “Educação infantil é na rede direta”;
k) realizar o seminário “Educação infantil especial na perspectiva inclusiva: avanços e desafios”;
l) organizar “O agosto da infância”, mês em que se comemora o Dia da Primeira Infância.
MARÇO, MULHER E OUTRAS ATIVIDADES AO LONGO DO ANO
Durante o mês de março e ao longo do ano:
a) Bloco Unidos da Educação, em 08/02/2026, na Av. Paulista. Educação é na rede direta estatal;
b) abrir as atividades alusivas ao Dia Internacional da Mulher no dia 02 de março, com o seminário “As lutas políticas das mulheres por emancipação e direitos”;
c) 08 de março: manifestação “Mulher é maioria na educação”, por condições de trabalho, saúde e segurança nas unidades educacionais;
d) realizar o seminário “História da resistência e luta feminista no Brasil”;
e) realizar o curso “Doenças profissionais e a saúde da mulher trabalhadora da educação”;
f) realizar curso sobre formação política sindical em parceria com o Dieese;
g) realizar o seminário “A luta dos trabalhadores públicos de educação por direitos, democracia, liberdades e serviços públicos”;
h) participar das manifestações unificadas, convocadas pela CUT e a CNTE para o mês de maio;
i) realizar plenária sobre o desmonte das políticas públicas e ações para resistir, manter e conquistar e novos direitos.
j) realizar manifestação em defesa da previdência pública, direitos dos aposentados e contra o confisco previdenciário no Dia do Aposentado Público, em 17 de junho;
k) realizar em agosto, em conjunto com a CNTE, paralisação em defesa da educação, da escola pública e valorização dos seus profissionais;
l) realizar a marcha em defesa da educação infantil e contra a privatização, no dia 24 de agosto – Dia da Primeira Infância.
m) realizar plenária do Quadro de Apoio sobre carreira, jornada e remuneração;
n) realizar a campanha “Sem o Quadro de Apoio a escola não funciona”;
o) realizar a caminhada “Educação: profissão professor(a)”.
SINPEEM SEMPRE NA LUTA!
A DIRETORIA
CLAUDIO FONSECA
Presidente
CLAUDIO FONSECA
Presidente