A pizza da corrupção no Congresso e no Palácio

A pizza da corrupção já se encontra no forno, ela está sendo feita de meio aliche com bastante pimenta vermelha cortada em estrelinha e também chamada de PT, e de meio mussarela PSDB, mais ligth, com tomates vindos da Máfia Siciliana, os outros ingredientes desta pizza são os temperos dos partidos PP, PMDB, PL, PTB, PCB, PC DO B... Pronta ela vai ser uma delícia para este meio político podre, e indigesta para todo povo brasileiro.

Vamos analisar o porquê desta pizza estar no forno.

No início da apuração dos crimes cometidos pelo PT na denúncia efetuada pelo deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, mostrando a entrada de dinheiro irregular na campanha do PTB, vindas através do publicitário Marcos Valério, logo nas primeiras averiguações foi constatada a veracidade, tendo como réu confesso o tesoureiro do PT, o senhor Delúbio Soares.

Então o PT foi pego de calça curta, com malas cheias de reais e cuecas lotadas de dólares, em milhões ou bilhões de reais ou dólares, vindos do maior assalto ao dinheiro público ao tesouro nacional. Aí o PT – Partido dos Trabalhadores para escapar da denúncia montou uma estratégia na CPMI – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, buscando apurar nesta Comissão o que acontecia também no governo anterior, praticamente sabedor de que iria descobrir falcatruas do partido que o antecedeu.

E o que vimos na CPI do Correio e do Mensalão, começou o PSDB oposicionista com todo gás atacando a corrupção, exigindo apuração com bastante veemência, até que começou a surgir às denúncias de corrupção no PSDB, então veio a tona a campanha de Eduardo Azevedo em Minas Gerais, com uma série de deputados mineiros do PSDB envolvidos, veio à denúncia da compra de deputados em R$ 200 mil para cada um para reeleger Fernando Henrique Cardoso, e agora chega uma denúncia de corrupção em R$ 500 milhões do IRB - Instituto de Resseguros do Brasil no governo FHC. Diante disto o PSDB que era um Leão rugindo muito, tornou-se um Gatinho, miando pouco, miando muito pouco mesmo.

A corrupção já estava e está nas veias da política brasileira, as empresas estatais são saqueadas diariamente pelo poder constituído; as licitações são quase todas fraudadas, trazendo enriquecimento ilícito aos governantes nas esferas federal, estadual e municipal; nestes assaltos existe muita conivência e conluio nos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário; as empresas privadas são chamadas para participar do assalto público com contratos superfaturados, ou com não realização do serviço contratado.

A maioria dos partidos políticos está sendo dirigida por bandidos, o político ladrão é o valorizado no sistema, e os quadros partidários honestos são iludidos ou pressionados pelas gangues. E ainda estes dirigentes falam em uma reforma política para fortalecer os partidos, ah, ah, ah... Se isto acontecer estaremos perdidos!

Sem moral, o Congresso Nacional envolvido na corrupção e no corporativismo não está querendo apurar para valer o assalto petista e a corrupção no governo FHC, o que, com certeza, levaria à cassação mais da metade dos deputados e ao impeachment do presidente Lula. O pior desta crise é que verificamos que os poderes constituídos estão falidos e que os atuais políticos estão grudados ao sistema como cachorro mordendo osso, e não pensam em mudá-lo, e tem pretensão de continuar até a paciência da maioria do povo se esgotar; contam para esta manutenção com a ignorância da maioria do povo que não possui um sistema educacional eficiente, onde temos 80% da população analfabeta ou semi-analfabeta, e com a eloqüência mentirosa de seus discursos em palanques regados de cantores, cervejas, bótons, camisetas, chaveirinhos... 

Somente uma mudança radical no sistema poderá melhorar o quadro político nacional, talvez um novo PARLAMENTARISMO DE CONSELHOS SETORIAIS E TÉCNICOS, sem que haja reeleição dos parlamentares, com a inclusão da fiscalização e interação pelo cidadão e pela sociedade civil, transformando o país numa Democracia Participativa, muito diferente, mas muito diferente mesmo desta sujeira fétida que reina atualmente no Brasil.

* Isaac Sayeg é jornalista, escritor e colunista político (e-mail: isaac.sayeg@ig.com.br)

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