10/08/2011 - MAM: exposição aborda o período de formação de Cândido Portinari

10/08/2011 - O Museu de Arte Moderna de São Paulo iniciou no dia 14 de julho a exposição “No ateliê de Portinari (1920-45)”, que aborda o período de formação do ícone da pintura modernista brasileira por meio de cerca de 90 obras.

O patrocínio é da Sabesp, com apoio da Rádio Cultura FM. 

Montagem 

Com um percurso pré-estabelecido pela curadora, a exposição é dividida em cinco blocos que contemplam trabalhos realizados por Portinari nas mais diferentes temáticas e sua busca de um estilo ainda indefinido no momento de formação, mas que veio se consolidando com o tempo até atingir uma feição própria, reconhecida pela crítica nacional e internacional. A tensão entre o diálogo com diferentes artistas, dentre os quais Picasso, e a busca de uma linguagem própria é o fio condutor da exposição. 

O primeiro bloco – Da Escola Nacional de Belas-Artes a Paris –, contempla o período de formação do pintor. Tendo ingressado na escola carioca em 1920, Portinari estuda nela até 1928, quando ganha o prêmio de viagem ao exterior na 35ª Exposição Geral da instituição. Graças a ele, viaja para a Europa em 1929 para ver de perto as obras dos grandes mestres. Nessa fase predominam os retratos, como os três do poeta Olegário Mariano, que se confrontam pelas diferenças de estilo.  

No segundo bloco, Um modelo constante, a série de retratos que o artista realiza tendo como modelo sua mulher, Maria, evidencia a liberdade estilística característica de seu período inicial, trazendo inspirações que remetem a Amedeo Modigliani, ao Pablo Picasso pré-cubista e a Giorgio de Chirico, entre outras várias influências. 

Em Cenas brasileiras, surgem as representações pictóricas de elementos, situações e personagens cotidianos de Brodowski e do Brasil em geral. Obras como Domingo no morro (1935), Paisagem de Brodowski (1940) e Estivador (c. 1934) estão dentre as primeiras incursões de Portinari no universo nacionalista que mais tarde torna-se marca registrada de sua pintura. 

Quando Portinari chega aos limites da representação pictórica na tela, parte naturalmente para a concepção de trabalhos murais, o que está representado no bloco Projetos monumentais. Ali, se encontram diversos estudos para obras de grandes dimensões, como os afrescos do Ministério da Educação e Saúde (1938), no Rio de Janeiro.  

Finaliza a exposição uma vertente pouco conhecida do artista: a abstração. Mesmo não acreditando no abstracionismo como expressão eloquente do pensamento do artista, Portinari não se furtou a fazer incursões pelo gênero, como provam alguns de seus estudos e trabalhos, dentre os quais dois da série dos quatro elementos (1945). 

Conceito da mostra 

A mostra não é uma retrospectiva do pintor. Foi concebida a partir de alguns recortes no âmbito de sua produção, que contemplam o período de formação, entre o Rio de Janeiro e Paris; a prática de um gênero como o retrato; a decisão de dedicar-se à criação de “grandes telas, com muitas figuras agrupadas em enormes composições, com estruturas variadas”, provocada pela visão das obras de Paolo Veronese (1528-1588), na National Gallery de Londres, em 1929; a realização de trabalhos de porte monumental para o Ministério da Educação e Saúde (Rio de Janeiro, 1936-1944), a Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso (Washington, 1941), a igreja de São Francisco de Assis da Pampulha (Belo Horizonte, 1944-1945); algumas experiências com a abstração, apesar das críticas feitas por Portinari a uma arte que fugia do assunto. 

Ao lado de trabalhos bastante conhecidos do pintor, como Retrato de Maria (1932), Domingo no morro (1935), Paisagem de Brodowski (1940), Sapateiro de Brodowski (1941), Criança morta (1944), a mostra apresentará obras pouco divulgadas como Meu primeiro trabalho (c. 1920), Retrato do poeta Olegário Mariano (1926), Nu (1930), Ronda infantil (1932). Serão ainda expostos três conjuntos significativos de estudos preparatórios para os projetos monumentais, pouco conhecidos pelo grande público, sobretudo no caso da Fundação Hispânica e da igreja de Belo Horizonte. 

SERVIÇO

Exposição No ateliê de Portinari (1920-45) (Grande Sala)
Visitação: até 11 de setembro de 2011
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3) - tel (11) 5085-1300
Horários: terça-feira a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até às 18h)
Ingresso: R$ 5,50
Crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada. Aos domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo o dia.
Agendamento gratuito de visitas em grupo pelo telefone 5085-1313 e e-mail educativo@mam.org.br
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